Uma mariposa voava tranquilamente pelo mundo quando se deparou com uma casa toda iluminada.
Aproximou-se e viu uma imensidão de luzes que brilhavam intensamente. Aquele brilho todo despertou nela o desejo de estar lá dentro, perto das lâmpadas, de seu calor, dentro daquela casa protegida da chuva, do frio, dos inimigos naturais. Voou em volta da casa até achar uma janela aberta e poder entrar. Tudo o que mais desejava estava, agora, ao alcance de suas asas. Casa, comida, proteção, tudo estava ali. “Então, pra que ficar lá fora?”
Passado alguns dias, a mariposa em um de seus vôos pela casa aproximou-se de uma janela. Chegou perto e viu um mundo do outro lado. Um sol brilhante, muitas flores, um campo infinito para seus olhos. “Por que ficar aqui dentro se existe um mundo me esperando lá fora?” Perguntou ela pra si mesma. Tentou sair, mas não conseguiu. Tentou, tentou, tentou várias vezes e nada, o vidro da janela impedia sua passagem para àquele mundo maravilhoso que estava diante de seus olhos. Tão perto e tão longe.
Continuou insistindo e sempre batia no mesmo vidro. Esvoaçou por longo tempo até cansar suas asas. Após um breve descanso reiniciou sua tentativa, novamente em vão.
Ficou assim por um longo tempo.
Em seu desespero ela não conseguia perceber que logo ali, bem ao lado, a uma asa de distância, uma outra janela se apresentava escancarada, pronta para sua liberdade.
Algumas vezes somos iguais à mariposa, nas nossas buscas infindáveis, ficamos batendo a cabeça no vidro de nossas atitudes e não percebemos que se dermos um passo para o lado encontraremos as soluções de nossos problemas.
quinta-feira, 10 de março de 2005
sexta-feira, 4 de março de 2005
A ética do bem-te-vi - Conivência ou conivência
"Vigie seus pensamentos, porque eles se tornarão palavras. Vigie suas palavras, porque elas se tornarão atos. Vigie seus atos, porque eles se tornarão seus hábitos. Vigie seus hábitos, porque eles se tornarão seu caráter. Vigie seu caráter, porque ele será o seu destino."
(autor desconhecido)
(autor desconhecido)
O ponto básico do conteúdo ético de uma sociedade são os valores eleitos por esta, como necessários ao convívio de seus membros. Conjunto mínimo de valores, sem o qual uma sociedade perde sua característica democrática, onde cada um tem sua regra, faz o que bem entende.
A sociedade brasileira teve em alguns momentos valores éticos discutíveis. Tivemos a famosa “lei de Gerson”, onde levar vantagem era o mais importante. Tivemos o “rouba mas faz”, onde se tolerava o dirigente que desviava verbas mas apresentava algumas obras, alguns pequenos feitos para a sociedade.
Hoje se discute a convivência de dirigentes comunitários com o tráfico de drogas, o “caso Willian”.
Até que ponto um dirigente comunitário que lida diretamente com o problema de violência, tráfico de drogas, pode ou deve envolver-se com a cúpula do tráfico de sua área?
Até que ponto esse envolvimento não caracteriza uma conivência?
Até que ponto a sociedade tolera esse envolvimento? Até que ponto a sociedade está conivente com esse comportamento?
Para alguns, a necessidade da convivência reforça o direito de usufruir dos benefícios, oriundos do tráfico, desde que estes se destinem ao bem estar da comunidade. Dizem que, se os governos, as autoridades não conseguem dar apoio e segurança, a convivência pacífica da comunidade justifica a troca de benesses entre esta sociedade e os criminosos. Um toma-lá-dá-cá “ético” entre seus membros.
Por outro lado, há os que defendem que a troca de favores entre um líder comunitário e um traficante, caracteriza a conivência. Constitui-se crime.
As leis de um país acompanham o desenvolvimento ético de sua população. Mudam de acordo com os interesses e necessidades desta sociedade. Enquanto esta não mudar suas necessidades e seus interesses, suas leis permanecerão inalteradas. O seu consenso ético permanecerá o mesmo.
A sociedade brasileira, embora algumas vezes condescendente, ainda mantém inalteradas suas regras éticas. Consequentemente suas leis.
Portanto, um erro ainda não justifica outro.
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