quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Epitáfio

Celebrem minha morte,
senão pelo júbilo de eu ter completado meu tempo,
ao menos por terem se livrado de mim.

Testamento

Ao morrer deixo meus olhos para um visionáro,

Eles viram tantas coisas que,

Merecem alimentar uma mente mais brilhante.

Meu coração para um apaixonado.

Foram tantas as paixões em vida que,

Seria desperdício abandoná-lo à solidão.

Meu fígado para o primeiro bebum que precisar.

Certamente ele fará melhor uso dele do que eu,

Que não bebeu todos os porres que desejou,

Nem, ao menos, os que mereceu tomar.

Meu rim, deixo para um lapidador,

Tantas pedras ele fabricou que, talvez,

Ele saiba dar fim à elas.

Dinheiro não deixo. Sempre fugiu de mim.

Talvez por tê-lo maltratado tanto.

Dívidas também não, que já é alguma coisa.

A camisa do Flamengo quero levar comigo.

Paixão para essa e para a outra vida.

O uísque, bebam para comemorar minha partida.

O que sobrar, queimem como se queimavam as bruxas,

Talvez assim me livre das últimas coisas que me ligam a esse Planeta.

Os filhos, os amigos, os amores, esses irão comigo em minha alma e,

Estarão comigo onde quer que eu me encontre.