sábado, 5 de novembro de 2005

Moral e Cívica

Todas as vezes que vejo coisas como as que estão acontecendo volto no tempo e lembro da minha época de escola.
Lembro que todos os dias, antes de irmos para a sala de aula, cantávamos o Hino Nacional e outro qualquer, dependendo da época. O primeiro aluno hasteava a bandeira e, em silêncio e em ordem, íamos assistir nossa aula. Talvez por isso até hoje sinto um arrepio e lágrimas nos olhos toda vez que ouço o Hino.
Lembro que quando algum professor entrava na nossa sala, em sinal de respeito, levantávamos. Ao final das aulas recolhíamos o lixo que estava na gaveta embaixo da mesa e jogávamos no cesto. Pedíamos por favor, dizíamos dá licença, desculpe-me, entre outras coisas.
Mais tarde, no ginasial, o uniforme era exigido, tinha que ser igual para todos. Tínhamos aulas de moral e cívica.
Ai acabaram com tudo isso. Primário virou fundamental, ginasial virou ensino médio. Professor virou tio, uniforme é cada um por si. Desculpe, por favor, dá licença, saíram do dicionário. A moral foi pro brejo e a civilidade acompanhou.
Agora, o que se vê é deputado, senador a querer bater no presidente. Todo mundo xinga todo mundo, com todo o respeito a vossa excelência. O nobre deputado é um ladrão, vossa excelência tem mãe na zona, com todo o respeito. Com todo o respeito saem no tapa em plenário.

Talvez devessem obrigá-los a formar diante do Congresso, todos os dias, cantar o Hino Nacional e, formadinhos, como na escola pública do meu tempo, seguirem para suas mesas para fazerem suas lições, em silêncio e em ordem.
Aprenderem moral e cívica, aprenderem hierarquia. Aprenderem a respeitar os mais graduados, os mais velhos e quem sabe até, aprenderem a respeitar quem os elege e paga seus salários.