O dia em que o morro descer e não for carnaval
ninguém vai ficar pra assistir o desfile final
na entrada rajada de fogos pra quem nunca viu
vai ser de escopeta, metralha, granada e fuzil
(é a guerra civil)
O dia em que o morro descer e não for carnaval
(Wilson das Neves / Paulo César Pinheiro)
O governo do Rio de Janeiro tem como política de segurança a ocupação dos morros e favelas do estado com as UPP – Unidades de Polícia Pacificadora.
Em tese é a presença do Estado onde o domínio da criminalidade se fazia presente. A polícia assume o controle da comunidade, implanta uma unidade sua em algum ponto e permanece durante o tempo que for necessário. O Estado, por sua vez, oferece serviços àquela comunidade e retoma o que deveria ter sido sempre do cidadão.
A pergunta que fica é: para onde vão esses “elementos” que foram expulsos?
Pelo que se tem notícia, poucos são presos, alguns são mortos, mas a sua maioria onde estão?
Certamente eles se evadiram para uma outra comunidade. Quando todas forem pacificadas, restarão os outros Municípios, outros Estados ou, o que mais assusta, o asfalto.
Quando acuado, qualquer animal enfrenta seu agressor, mesmo que este seja maior e mais forte. Instinto de defesa.
Se esses elementos resolverem se juntar para enfrentar seu “inimigo maior”, sobrará mais uma vez para o cidadão comum.
Até o momento não ouvi nenhuma autoridade se pronunciar, dizendo o que estão fazendo para, implementar uma ação concomitante às UPPs, a fim de evitar que tal fato ocorra.
Não pensaram nessa hipótese ou estão escondendo o jogo?
Se não pensaram é bom que o façam.
Se estão escondendo o jogo, está na hora de informar ao povo.
A possibilidade existe e o medo é real.