Segundo a
revista Veja, Gilmar Mendes teria confirmado o teor dos diálogos e se disse
"perplexo" com as "insinuações" do ex-presidente que teria
perguntado a ele sobre uma viagem a Berlim, (sobre boatos de um encontro do ministro
do STF com Demóstenes na capital alemã, pago por Cachoeira).
Lula
teria manifestado preocupação com o ministro Ricardo Lewandowski, e dito que
acionaria o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Sepúlveda
Pertence, ligado à ministra do STF Carmen Lúcia, para que também apoiasse o
adiamento do julgamento para 2013.
Jobim
disse, segundo o Estadão, sem entrar em detalhes, que na conversa foram
tratadas apenas questões "genéricas", "institucionais". E
que em nenhum momento Gilmar e o ex-presidente estiveram sozinhos ou falaram na
cozinha do escritório, como relato da revista Veja. "Tomamos um café na
minha sala. O tempo todo foi dentro da minha sala, o Lula saiu antes, durante
todo o tempo nós ficamos juntos", assegurou. Disse ainda: “Estranho que o
encontro tenha acontecido há um mês e só agora Gilmar venha se dizer indignado
com o que ouviu de Lula”.
O jornal
Correio do Brasil também desmentiu o que publicou a revista Veja. Segundo o
jornal, foi o ministro do STF, Gilmar Mendes, quem pediu o encontro com o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 26 de abril.
Segue o
Correio do Brasil: “Ainda segundo a reportagem de Veja, Lula teria procurado,
em seguida, o presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, que negou ter
havido qualquer contato com o ex-presidente, exceto em um recente almoço no
Palácio do Alvorada”.
O
Ministro Sepúlveda Pertence questionado negou ter sido acionado para que
intercedesse junto a Ministra Carmem Lúcia: "Não fui procurado e não creio
que o ex-presidente Lula pretendesse falar alguma coisa comigo a esse
respeito".
Aí
começam a entrar os “achistas” de plantão:
Em
reportagem ao site Consultor Jurídico o decano do Supremo Tribunal Federal,
ministro Celso de Mello disse: “Se ainda
fosse presidente da República, esse comportamento seria passível de impeachment
por configurar infração político-administrativa, em que um chefe de poder tenta
interferir em outro”.,. ...“É um episódio anômalo na história do STF”.
Ministro
julgando antecipadamente um caso onde não existem provas e nem processo, em
cima do “SE”. No mínimo o silêncio seria
mais adequado.
Dito tudo
isso, o jornalista Moreno, em seu site Rádio do Moreno, tenta confirmar a
versão de Gilmar, mesmo após conversa com o ex Ministro Jobim. Diz ele: “Nelson
Jobim, meu velho amigo de guerra, não ia me deixar na mão. Repito: como
anfitrião, não poderia confirmar o escândalo. Mas me deu uma pista através de
um controvertido depoimento. Inicialmente, me disse que a presença de Gilmar
foi mera coincidência, do tipo “Ah, eu estava passando por aqui…”. Só que o
próprio Jobim deixou escapar que o encontro fora marcado com três dias de
antecedência. Logo, Gilmar sabia que, naquele horário daquela quinta-feira,
Jobim estaria recebendo Lula. Então, não foi surpresa nem coincidência coisa
nenhuma!”
Até
concordo que não era surpresa nenhuma para o Jobim mas, daí a afirmar que tanto
Gilmar Mendes quanto Lula sabiam da presença um do outro é pura especulação.
Mesmo lendo nas entrelinhas como o jornalista gosta. Para ambos terem
conhecimento de suas presenças, Jobim teria que tê-los avisado. O que não foi
dito por Jobim mas, entendido nas entrelinhas por Moreno.
Para
refrescar a memória, o Ministro Gilmar Mendes é o mesmo que, durante o governo
Lula, protagonizou uma quase crise institucional ao ir ao gabinete da
Presidência, acompanhado por nada menos do que o senador Demóstenes Torres, para
acusar a ABIN de grampear seus telefones. E, que no decorrer das investigações
da PF, concluir-se não haver grampo algum.
Hoje
temos, de um lado a revista Veja, que tem ligações com Carlinhos Cachoeria, que
tem ligações com Demóstenes Torres, que tem ligações com Gilmar Mendes, que
acusa Lula (perdoe-me Drumond pelo plágio).
Esse é o
disse-me-disse da política brasileira.
Quem está
com a razão? Quem está falando a verdade? Nem o tempo dirá!