quarta-feira, 27 de abril de 2005

Palavras do Presidente

Certamente a palavra do Presidente é coisa para se levar em consideração. Sendo assim, como bom brasileiro que sou estou procurando a melhor forma de “levantar meu traseiro” e fazer alguma coisa.
Estou tentando, mas não é coisa fácil.
Não que meu traseiro seja grande, muito pelo contrário, até que é bem magrinho meio que normal. Bem menor, claro, do que o dele, que é um traseiro presidencial. E isso é que me impulsiona, se ele conseguiu, por que eu não haveria de fazê-lo?
Aliás, em matéria de traseiros, nossos governos têm variado bastante. Tivemos o do Figueiredo, do Delfim, verdade seja dita tivemos também o do Marcos Maciel – esse o mais fácil de levantar de todos – temos o do Zé Alencar que não fica a dever a nenhum, nem mesmo ao do Presidente, o do outro Zé. E o do Mercadantes? Este, também, bastante fácil de levantar.
Olhando com carinho veremos muitos brasileiros que mesmo querendo não têm condições de levantar o traseiro por pura infelicidade. São aqueles que por força da situação em que se encontram nem mesmo sentar está podendo, são os pobres coitados que levaram um pé no traseiro e perderam o seu assento.
Existe a turma que segue firme com a palavra do Presidente, por exemplo, aquela turma que ficou na fila do concurso da Comlurb, no Rio. Êta turma boa! Levantaram o traseiro bem cedo e foram enfrentar uma fila quilométrica. Tem aqueles que levantam o seu no dia anterior só para conseguir uma consulta no posto de saúde. É verdade que passam a noite toda com ele no chão da rua, mas ninguém é de ferro e precisa de uma descansadinha vez por outra.
Como já disse antes, sou bom brasileiro e farei tudo para seguir a sugestão do Presidente. Minha única preocupação é a de que, ao levantar meu traseiro, alguém ocupe o meu lugar e acabe em pé.

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