sábado, 27 de julho de 2013

A Light virou pó e cheira mal.



 No dia 25 de julho, por volta das 15hs, a luz da minha residência começou a piscar. Toda ela parecia uma árvore de natal.
Verifiquei os disjuntores internos e tudo estava normal. Desci e fui até o PC para verificar o geral. Ele faiscava.
Liguei para o 08000210196 da Light para pedir uma equipe de emergência. Protocolo de atendimento 87806070, atendido pela funcionária Aline. Quando relatei o que estava ocorrendo fui informado de que teria que comparecer a uma loja da Light, pedir autorização para tirar o lacre do relógio e, eu mesmo, providenciar a troca do disjuntor que estaria com defeito.  Tentei argumentar e fui duramente repreendido por ela. Eu deveria aguardar ela terminar de me orientar e, caso não o fizesse, ela encerraria o atendimento. Pacientemente ouvi a “ladainha” até o final. Quando ela terminou, expliquei que não havia lacre algum a ser rompido, que o disjuntor estava livre e, mesmo que eu tivesse que fazer o procedimento que ela estava me indicando, teria que esperar quatro dias, dois de feriado e mais um fim de semana, além de esperar todo o processo da empresa. “Sendo assim, senhor, estarei providenciando uma equipe de emergência para lhe atender”.
Desci, fui ao relógio, munido de uma chave de fenda e apertei os parafusos. Isso estabilizou a energia. Fui à rua e comprei outro disjuntor para que a equipe pudesse trocá-lo. Fiquei no aguardo.
Não vieram.
No dia seguinte (26/07), logo cedo, com as atividades domésticas comendo soltas, a luz apagou de vez. Aí, nem aperto de parafuso deu mais certo.
Liguei para a Light novamente (87842292 – Jane – 13hs) e, questionei o porque do não atendimento a primeira chamada. “Sua solicitação foi encerrada, pois a equipe não encontrou seu endereço”.
Pois é, minha rua não é escondida, tem uma Escola Municipal, eu dei as referências, um telefone celular para contato. Nada disso adiantou ou serviu. Me engana que eu gosto!
Fiz nova solicitação e “sua solicitação foi confirmada, aguarde o atendimento que será breve” (ou algo parecido).
17hs23min – 87872296 – Amanda
18hs23min – 87854599 – Aline
19hs20min – 87856060 – Amanda
20hs20min – 87857196 – Jaqueline
21hs27min –  87858580 – Wagner
22hs39min – 87859495 – Bruno
23hs24min – 87859842 – Jamil
Pausa para dormir, ninguém é de ferro.
Dia 27/07
07hs15min – Talita – ligação caiu (?)
                   - Gisele – ligação caiu(?)
07hs20min – 87860895 – Felipe
08hs20min – 87861494 – Franciele
Nesse último atendimento obtive a informação de que as equipes estavam em atendimento emergencial, devido as chuvas que caíram no Rio de Janeiro. Indaguei que chuva pois, não houve nenhuma chuva forte, vento ou qualquer outra coisa que causasse um atendimento fora do comum.
- O senhor não viu na televisão as chuvas?
- Filha, como poderia ver se estou sem “luz”?
- O senhor aguarde que “estaremos providenciando” seu atendimento.
Estou aguardando até agora 10hs51min.
Como sei que não virão, procurei entre os meus vizinhos, um eletricista para fazer o serviço. Paguei por isso.
Problema resolvido.
Trabalhei nessa empresa por dez anos. Durante esse tempo nunca vi tanta incompetência.
E ela era uma empresa estatal.
Privatizaram para que o serviço ficasse melhor. Estou vendo.
Venderam para os franceses e agora ela pertence à CEMIG.
É com essa competência que querem governar o País.
Transformaram a Light em pó.
A administração está cheirando mal.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Desconstruindo Símbolos



Nas últimas semanas estamos assistindo a manifestações por todo o País e, principalmente, no Rio de Janeiro.
Não vou entrar no mérito das manifestações e nem nas suas conseqüências políticas. O que me chama a atenção e é isso que quero comentar, são os constantes quebra-quebras.
Se por um lado, me causa estranheza a inépcia da polícia em identificar e prender os que participam dessa quebradeira, visto que é sua função identificar, capturar e levar a justiça quem comete algum delito. Por outro, me causa a mesma estranheza, os protestantes aceitarem em seu bojo, pessoas cobertas de capuzes que, por não estarem identificadas, tanto podem ser a favor, como contra.
Dirão alguns que tais movimentos não têm uma liderança e, não a tendo, quem irá impedir suas aproximações? Se, andando na rua, num dia comum, se aproximar de mim um camarada coberto até o último fio de cabelo, certamente irei me afastar e, na insistência de aproximação, procurarei ajuda, de amigos, de policiais. Por que não fazem o mesmo?

Pulando mais essa etapa, vamos aos furtos, saques, sei lá o nome que dar.
Em todas essas manifestações, ao seu final, esse grupo mascarado, quebra vidraças de bancos, lojas, carros, escritórios, destroem placas de trânsito, câmeras de segurança, telefones e lixeiras públicas o cacete. Pra mim, deixou de ser manifesto e virou vandalismo. Em qualquer parte do mundo.
Não me lembro, na minha juventude, ao me rebelar contra uma determinação de meus pais, de sair quebrando tudo em casa. No máximo um resmungo e, entre os dentes. Se minha mãe visse esse tipo de protesto, certamente o chinelo cantaria.
Protestar é legítimo. O que não é legítimo e legal (no sentido de lei) é destruir o patrimônio público ou privado. Sobre qualquer pretexto. Ao menos, não conheço nenhuma lei que de margens a interpretação de legalidade a esses atos.
Nos últimos dias tenho lido em vários comentários na internet que os manifestantes(?), que quebram vidraças, saqueiam lojas, destroem bancos e tudo mais, estão apenas “desconstruindo símbolos”. Justificam que seus “saques” são distribuídos..

Então tá.

Vamos continuar nossa cruzada em desconstruir símbolos.
Vamos propor que todos os manifestantes queimem junto, em suas fogueiras de contenção, seus iPads, iPodes, seus tênis Nike, Adidas etc, etc.
Vamos desconstruir todos os símbolos do imperialismo, da opressão, do comunismo, do liberalismo, do fascismo, de todos os “ismos” que incomodam alguém, em qualquer parte desse país. Não vamos nos importar se somos um milhão no universo de duzentos e oitenta milhões, que talvez pensem um pouquinho diferente disso que estamos pensando, que talvez tenham um pouquinho desse direito de opinião que tanto reivindicamos, que talvez tenham direito de transitar por aí sem sentir o tão agradável cheiro de queimado, de bomba de gás, que talvez tenham um pouquinho de direito de discordar disso tudo. Que talvez queiram apenas dormir em paz. Vamos ignorar todos estes milhões de pobres coitados que não estão aqui em nosso manifesto.

Francamente!

Vamos respeitar o patrimônio particular e o que é de todos os outros também. Talvez alguém não queira ver o que é seu desconstruído. Afinal, tem mais duzentos e oitenta milhões de outros brasileiros que não estão se manifestando e eu não sei o que eles estão pensando ou querem.

Não gosto de políticos, não gosto de política, mas ela me fascina e sempre me fascinou. É um universo estranhamente fascinante, complexo, sujo.
A política faz parte de nosso dia a dia, quer queiramos ou não. Quer gostemos ou não. Ela existe e não pode ser defenestrada. Pode e deve ser depurada. Mas não com pau e pedra, nem com golpe.